domingo, 30 de setembro de 2007

Tremores


***

Se meu corpo falasse ele diria que sofre a cada encontro...
A cada palavra, a cada suspiro duradouro, a cada sorriso meio entre dentes, meio de lado...a cada olhar fugidio, que se esquiva pra não ceder a tantos encantos, tanta chama que consome tudo e que arde tão docemente que faz cócegas na barriga.
São tantos tremores de pernas e estômago, pensamentos que fervilham e acabam por vagar numa mente confusa e inquieta e silenciosa e falante que acaba por dizer pouco e sentir profundamente. O coração tem um jeito tão diferente de bater que até assusta e digo isso a partir da experiência de pensar em ti pra ver se faz efeito: e faz. Lá está o salto esquisito do coração, uma coisa quase galope, que rouba o ar e acelera tudo de uma vez e depois provoca um repouso manso, um relaxar quase psicodélico...sim, há uma forma diferente que se faz em mim com você, em você comigo, em nós dois...em nós...em amarras. Estar hoje, estar amanhã, estar breve, estar longe, estar perto, estar longo...estar simplesmente é aquilo que me alucina e protege contra minha própria loucura. Sei que estás. Sei que estou. Sei que somos. E não me peça pra explicar, já que o entendimento não me pertence neste caso. Que maravilha...

***

3 comentários:

Anônimo disse...

...do corpo: "salto, manso, repouso, fugidio" (amei suas palavras para descrever essa vida sensória, mil-sabória que se vive no corpo...) * * * muito obrigado pela sua visita no "poemas do abismo". será sempre uma honra... beijos doces e paz!

Duda Bandit disse...

é... uma canção de Elomar diz que deus acorrentou os sábios na prisão escura das três dimensões...

não entender, mas sentir, é uma maravilha mesmo.

Pod papo - Pod música disse...

Adorei teu blog!