terça-feira, 24 de julho de 2007

Devolvam-me


Que maravilha!
Jogaram-me no mundo sem aviso prévio...
Nada me foi perguntado,
Dito ou muito menos confirmado.
Saída do conforto
Das cálidas entranhas maternas,
Eis-me aqui
Tremores estomacais friorentos
Adiposidade insuficiente me foi dada!
Suores diurnos intensos
Glândulas sebáceas extrapoladas!
Pobre criatura condenada a morrer de frio em pleno trópico...
Pobre inocente que sua até nos dentes...
Culpa deles,
Culpa dela e dele,
Culpa de vocês
Culpa de todos e de tudo que não seja eu.
Rebenta e rebentada nesse mundo vadio
Sedenta e sedentária intra corja hostil...
E eu que tome banho
E eu que pague as contas
E eu que consiga diploma
E eu que não beba, não fume, não f*
Na hora imprópria
E todas são impróprias!
Devolvam-me agora, exijo!
Empregaram-me sem benefícios
Demito-me mediante fundo enorme de garantia:
Todas as tardes ensolaradas na praia
Salário por horas dormidas
Amores insanos constantes
Cheiro de rosa, brisa fria nas pálpebras...
Banhos ferventes com gosto de menta
Capim pra deitar, céu azul.
Sinfonia de sax e viola vinte e quatro horas...
Isso me basta
Pelo prejuízo causado.

5 comentários:

Duda Bandit disse...

as rosas falam...

beijos.

Felipe disse...

oh q a minha amiga brunella tb tem coragem de mostrar as vísceras!!!!
o coisa boa saber disso! o coisa boa ler issos!

Brunella disse...

Duda, mesmo com espinhos, ainda vale a pena ser rosa... obrigada pelo carinho ;)

Felipe, que coisa boa sua análise visceral das minhas vísceras! =*

Anônimo disse...

curiosíssima você com suas escolhas e seu modo de escrever. taí, gostei.

Djericke, o Terrível disse...

simplesmente SENSACIONAL...
nem José Dirceu provocar-me-ia sentimentos tão primitivos ((By Jeferson))quanto ler isso agora!

Voce é demais!